quarta-feira, 30 de abril de 2008

O cinema na contemporaneidade

O cinema pode, e deve, ser visto como forma de expressão contemporânea que manifesta além das relações pessoais, os modos pelos quais essas relações se processam.

Em uma realidade onde os acontecimentos são flutuantes e líquidos, como acredita Bauman, o real passa a ser, além de construído e reproduzido, também visado. Atingido em cheio por essas transformações, o cinema, sobretudo o modelo hollywoodiano, francamente disseminado, se configurou em um cinema que se convencionou a chamar de moderno. É a modernidade caracterizadora das relações inter-pessoais produzindo reflexos estruturais na sétima arte.

O gosto do expectador passa a comandar. Uma pluralidade de sensações, interpretações e estímulos são possibilitados pela evolução tecnológica. A Industria Cultural de Adorno perde, em boa parte, sentido. O que era massificado vira segmentado. E mesmo é permitido extrair diferentes visões do que é produto de massa. Os consumidores podem escolher diante de um menu que passou a ter muitas opções.

O cinema deixa de ser uma simples e única válvula de escape à base de pipoca para, também, ser engajamento político e social, representação e contestação de classe, promoção e legitimação cultural de maiorias e minorias, troca simbólica de experiências, vivências, e conhecimentos distintos e variados. Uma relação completamente nova surge entre expectador e imagem cinematográfica. A apropriação aleatória dá lugar à exploração dialógica.

O “bônus de prazer” que o cinema representa também se alterou. E, com isso, ter prazer não significa apenas dar vazão às angústias, mas, sim, experimentar essas novas e potencializadas sensações proporcionadas por um bom e instigante filme.

2 comentários:

Roberta Duarte disse...

excelente hein simone!!
mas tenho que confessar, vindo de uma bernadette ñ poderia ser diferente

=P

Bru & Bia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.