sábado, 3 de maio de 2008

A graça é sentir o cinema

Saber ver um filme é quase como fazê-lo. Este universo de luz não seria possível sem a imersão sentimental do expectador, cujo olhar é conduzido pela diversidade de sons, canções, textos, imagens, texturas e movimentos de câmera capazes de criar uma deslumbrante e assustadora dimensão.
A história do cinema parafraseia a história mundial do século XX em diante, na qual a ascensão dos Estados Unidos como potência econômica, cultural e ideológica; o terror da Segunda Guerra Mundial; o triunfo do capitalismo e a derrocada do comunismo e a afirmação de identidades até então colonizadas no resto do mundo estão brilhante ou grosseiramente, retratadas ou exaltadas, explícita ou implicitamente incutidas em milhares de filmes sob os mais diversos ângulos. A ideologia é construída e construtora.
Épico, musical, anime, comédia romântica, terror, cult, western, nouvelle vague, pop. Todos estes estilos e tendências compõem e são compostos pelo imaginário do expectador. Formadores e resultantes de uma apropriação simbólica que agrega à eficiência econômica um universo de delírios e esperanças da qual a literatura e o teatro se beneficiam mutuamente. Beneficio, este, criador de clássicos do cinema que fazem com que o vestido branco de uma loira estonteante, a dança apaixonada na chuva, as favelas violentas do Rio de Janeiro e o olhar sarcástico de Clarck Gable sejam suficientes para trazer a tona um mar de sensações inexplicáveis.

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