domingo, 4 de maio de 2008

Minuciosamente Belo

O estado de desencontro inerente ao ser humano; o desejo constante de se compreender; e como o fato de se inserir em novas terras pode tornar a busca por respostas mais evidente. É isso e muito mais que Encontros e desencontros (Lost in translation, EUA, 2003) busca mostrar.
O filme escrito, produzido e dirigido por Sofia Coppola (filha do grande diretor Francis Ford Coppola) conta a história de Bob Harris (magnificamente interpretado por Bill Murray) e Charlotte (Scarlett Johansson, também em uma ótima atuação). Ele, um ator fracassado, casado há 25 anos e com uma vida tediosa. Ela, uma jovem que acabou de se formar e possui muitas incertezas em relação ao seu futuro profissional e seu casamento.
Em viagem ao Japão, os dois americanos encontram-se e constroem uma amizade e cumplicidade que beira o amor, uma conexão de almas que dispensa palavras. Tóquio é a cidade-palco do encontro e sua beleza torna-se inegável. A câmera participa das cenas de forma ativa, regulando o olhar do público e direcionando-o às belíssimas paisagens. Mostra-se uma cidade misteriosa, com seus costumes e luzes.
Sofia obtém sucesso ao conseguir mostrar as discrepâncias culturais e lingüísticas de forma simples e com um toque de humor sarcástico e perspicaz. Outro sucesso da diretora é a trilha sonora. Além de ser belíssima, há uma sincronia perfeita entre as músicas e o silêncio arrebatador. Aliás, o silêncio possui papel muito importante na obra. É ele o grande responsável pelo grau de sensibilidade presente nas minúcias –como quando Bob acaricia os pés de Charlotte, em uma cena feita em plano alto. Há, ali, um grau de intimidade maior do que se houvesse uma relação sexual entre os protagonistas.
Sucesso de crítica, vencedor do Oscar de melhor roteiro original e de três Globos de Ouro (melhor ator, melhor roteiro e melhor filme) Encontros e Desencontros vale a sua ida à locadora.

Site oficial do filme:

Mais informações sobre o filme:

Trailer:

2 comentários:

Aline Dias disse...

ei.
conhe�o isso de algum NE.

Rafaella Rodrigues disse...

Humm.. deu vontade de assistir!
Descrevendo com essa sensibilidade só poderia ser Marcela Rangel mesmo!
Parabéns!

beijuss