quinta-feira, 3 de julho de 2008
Especulações.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Viagem ao centro da Terra
Eric Brevig, conhecido no mundo cinematográfico por ser o responsável pelos efeitos visuais de filmes como A Vila e O dia depois de amanhã, agora se aventura como diretor. Parece ser uma boa escolha por parte dos produtores, já que Viagem ao Centro da Terra é 90% filmado em um fundo azul (o que significa muito trabalho para o pessoal dos efeitos visuais).
Uma novidade tem chamado a atenção dos aficcionados por aventura: será o primeiro filme de ação com atores que possui efeitos 3D. Portanto, se em sua cidade existe uma sala com tal recurso, aproveite para viajar, literalmente, ao centro da terra.
Confiram o trailer:
Inscrições abertas para o FestRio 2008.
Os filmes selecionados para a Première Brasil concorrerão ao Prêmio Redentor nas categorias Melhor Longa-Metragem de Ficção, Melhor Longa-Metragem Documentário, Melhor Curta-Metragem, Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Atriz, Prêmio Especial de Júri, Melhor Longa-Metragem de Voto Popular e Melhor Curta-Metragem de Voto Popular. Para participarem da mostra competitiva da Première Brasil e concorrerem aos prêmios, os longas-metragens deverão atender às seguintes condições:
- não ter se inscrito em edições anteriores do Festival do Rio;
- ter duração superior a 70 minutos;
- não terem sido explorados comercialmente por qualquer mídia em todo território brasileiro;
- apresentarem cópia para seleção em 35mm ou em DVD;
- se selecionados, apresentarem cópia final em 35mm ou digitalizada pelo sistema de encodamento da Rain.
Da mesma forma, os curtas-metragens, deverão atender às seguintes condições:
- não ter se inscrito em edições anteriores do Festival do Rio;
- ter sido produzido entre 2007 e 2008;
- ter duração de no máximo 20 minutos;
- apresentarem cópia para seleção em 35mm ou em DVD;
- se selecionados, apresentarem cópia final preferencialmente em 35mm ou digitalizada pelo sistema de encodamento da Rain.
As inscrições são feitas exclusivamente por meio do site do evento. As cópias para avaliação da comissão de seleção (em DVD ou em 35mm), devem ser enviadas para o seguinte endereço:
FESTIVAL DO RIO 2008 COORDENAÇÃO DA PREMIÈRE BRASILA/C ANDRÉA CALS
Rua Voluntários da Pátria, 97. Botafogo. Rio de Janeiro - RJ. Cep 22270-000
Informações retiradas do site http://cinema.uol.com.br/
quinta-feira, 5 de junho de 2008
300 e mais um.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Pura ironia
A característica mais marcante do curta-metragem Ilha das Flores é a profusão alucinada de imagens. É como se tudo fosse uma verdadeira colagem. Esse esquema um tanto quanto enlouquecedor é o que torna o filme imperdível.
O humor inteligente de Jorge Furtado nos leva a olhar a sociedade em outros olhos. E até os tomates passamos a olhar com outros olhos.
Gênero Documentário, Experimental
Diretor Jorge Furtado
Ano 1989
Duração 13 min
domingo, 25 de maio de 2008
Sessão da tarde com jiló.
Algumas pessoas vêm comparando O melhor amigo da noiva a O casamento do meu melhor amigo. Sim, os dois filmes possuem títulos e temáticas parecidas. Mas acabam aí as semelhanças. Isso porque ao contrário do segundo, o primeiro filme citado (o melhor amigo da noiva) não possui uma personagem (ou uma atriz) forte como a de Julia Roberts, nem um bom humor, muito menos um desfecho que honre a inteligência do público. Ele possui roteiro fraco e usa clichês chatos.
O filme conta a história de Tom (Patrick Dempsey), um rico mulherengo que não quer compromisso, e Hannah (Michelle Monaghan), sua amiga desde a faculdade. Os dois são inseparáveis e tudo corre bem até que Hannah viaja a trabalho para a Escócia. Com a partida da amiga, Tom percebe que a ama e decide pedi-la em casamento quando ela voltar. O problema é que Hannah não volta sozinha. Ela retorna noiva de um belo duque escocês. Como se não bastasse, ela pede que Tom seja madrinha de seu casamento. O enredo todo se desenvolve a partir da tentativa de Tom de ser a perfeita madrinha para que, assim, consiga conquistar Hannah.
Até aí tudo bem. O problema surge quando os clichês começam a saltar aos olhos do público. Nada contra clichês. Afinal, eles se tornaram o que são justamente porque dão certo. Mas, não é necessário que se faça uso de tais recursos com tanta veemência, sem surpreender o público nem um pouco, reforçando tolos estereótipos (como a gordinha desesperada para casar e emagrecer e a loira invejosa oferecida) tornando o filme chato e infantil. O diretor, Paul Weiland, parece se perder no meio da trama e deixa bem claro que não sabe em que direção deveria conduzir o filme.
Porém, nem tudo é perdido. O filme ganha na primeira e na última cena quando tenta brincar com as figuras de Bill e Hillary Clinton e a de Monica Lewinsky.
Pena que a enorme publicidade e o desejo de comparação com outros títulos não consigam esconder o fato de que O melhor amigo da noiva é como uma sessão da tarde com jiló: nada de novo com gosto muito ruim.
Enquanto isso em Cannes...(parte 2)
Palma de Ouro: "Entre les murs" do francês Laurent Cantet
Grand Prix: "Gomorra" do italien Matteo Garrone
Prêmio do Júri: "Il Divo" do italiano Paolo Sorrentino
Melhor Atriz: a brasileira Sandra Corveloni ("Linha de Passe")
Melhor Ator: o porto-riquenho Benicio del Toro ("Che")
Melhor Diretor: o turco Nuri Bilge Ceylan ("Three Monkeeys")
Melhor Roteiro: os belgas Jean-Pierre et Luc Dardenne ("O silêncio de Lorna")
Palma de Ouro para Curta-metragem: "Megatron", do romeno Marian Crisan
Câmera de Ouro: "Hunger", do inglês Steve McQueen
Prêmio especial do 61º Festival de Cannes: a atriz francesa Catherine Deneuve ("Un conte de Noël") e o ator e diretor americano Clint Eastwood ("The Exchange")
sábado, 24 de maio de 2008
Prazer sem limites
Sob a direção de Paul Thomas Anderson, o filme, cuja personagem principal é a pornografia em si e os rumos que ela pode dar aos demais personagens, conta a história de um jovem de dezessete anos que vira ator de filme pornô ao conhecer o mestre do gênero Jack Honer. As drogas, o dinheiro fácil e a diversão ilimitada e desregrada acabam atrapalhando sua vida e sua carreira de fenômeno da cinematografia pornográfica.
O mais marcantes de todos é o personagem vivido por Mark Wahlberg. Marcante não só pelo fato de seu membro ser aberrativamente grande. Mas também por sua trajetória de vida que começa com uma escalada rumo ao sucesso e culmina em um fracasso total. O mérito do filme é justamente o retrato muito bem feito do apogeu e declínio de Eddie (Wahlberg) em função das drogas e de sua própria personalidade deslumbrada e arrogante.
Julianne Moore teve uma atuação incrível durante todo o filme: uma mulher maternal, doce e gentil, que em meio a toda sua esquisita sensatez, cheira cocaína enlouquecidamente e transa com o cara por quem diz sentir amor de mãe. Tem que ser muito boa atriz pra fazer um papel tão complexo. E a ruiva é.
Os atores que vivem os personagens coadjuvantes, contudo, não ficam de fora do mérito de excelente atuação. Em nenhum momento eles se comportam como coadjuvantes. Todos eles têm seu universo próprio e, embora, convivam com os protagonistas, não vivem em função deles. A naturalidade com que atuam é envolvente.
Fique atento: as cenas em que Wahlberg representa Eddie representando o sensacional ator pornô Dirck Diggler não mostram o avantajado membro responsável pelo sucesso devastador do personagem. Durante todo o filme há apenas uma instigante, mas nada sutil, sugestão. Mas na última cena...
Veja!
Para ver antes de morrer
Uma comédia romântica com dois travestis que tem inicio em um massacre. Tony Curtis e Jack Lemmon estão hilários como os músicos que testemunham tal massacre e fogem travestidos numa banda feminina que tem Monroe como vocalista completamente pirada e maluca.
O melhor do filme é a Merylin, claro. Linda, divina e, principalmente, gordinha. Com muitos quilinhos a mais para o atual padrão de beleza, ela se encaixa perfeitamente na palavra “sensualidade”. A palavra foi criada para ela e ela para a palavra. Não há dissociação.
Poderosa e sensual era o estereótipo para a mulher dos anos 50 que a atriz representava muito bem. Sua beleza garantiu seu espaço de atriz mais importante da história do cinema. Merylin Monroe sobrevive até hoje como símbolo sexual, tendo sido escolhida em 1999, a mulher mais sexy do século pela People.
Título original: Some Like It Hot
Direção: Billy Wilder
Premiação: um Oscar e Globos de Ouro de Melhor Filme, Ator e Atriz
Duração: 120 min. PB
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Paulo Coelho em Hollywood
A divulgação dos detalhes da adaptação do best-seller foi feita em Cannes. A rodagem inicia em 2009. O longa será dirigido por Lawrence Fishburne e custará mais de US$ 60 milhões. Pasmem! Mas nem tanto. A história de um jovem pastor que, após ter um sonho repetido, decide partir em uma busca do auto-conhecimento, não deveria sair muito barato mesmo.
Colocar na telona os grandes mistérios que acompanham a humanidade desde o início dos tempos aos quais o protagonista da trama de Paulo Coelho se vê lançado, parece ser o grande desafio do magnata do cinema.
Lawrence Fishburne recebeu uma indicação ao MTV Movie Awards de Melhor Dupla, por "Matrix" (1999). Participou de vários filmes de sucesso como Quebrando a banca, Quarteto Fantástico e o Surfista prateado e Missão impossível 3. Mas foi em Apocalipse Now, do gênio Francis Ford Coppola, que o astro negro americano faz sua aparição relevante.
Veja o trailer de Apocalipse Now.
domingo, 18 de maio de 2008
Enquanto isso em Cannes...
Para aqueles que não resistem a um bom tapete vermelho:
sábado, 17 de maio de 2008
Sexo, cidade e cinema
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Estréias
(My blueberry Nights, Hong Kong/China/França, 2007)
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=iScGsN8szHw
Dois dias em Paris
(2 Days in Paris, Alemanha/França, 2007)
Trailer:http://www.youtube.com/watch?v=td3nAWM_aic
O melhor amigo da noiva
(Made of Honor, EUA/Inglaterra, 2008)
Trailer:http://www.youtube.com/watch?v=pRzHFQ09I90
Maré, nossa história de amor
(Maré, Nossa história de amor, Brasil/França/Uruguai, 2007)
Trailer:http://br.youtube.com/watch?v=OjpOsI4UcUs
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Tropa da elite da cidade Deus direto para Cannes
O filmes Blindness, a mais recente obra do cineasta latino americano mais pop dos últimos tempos, que seria o responsável pela sessão inaugural nesta quarta-feira, parece ter agradado.
Baseado no livro de José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira, o filme trás para o audiovisual a degradação humana de uma forma que vai muito além da imaginação.
Segundo o Fernando, a personagem principal do filme, a cegueira, é, além de física, psicológica, sociológica, política.
O portal de noticias G1 publicou esta manhã detalhes sobre a noticia.
http://colunas.g1.com.br/redacao/2008/05/14/apos-estreia-tensa-em-cannes-meirelles-e-elenco-quebram-o-gelo-em-entrevista/
domingo, 11 de maio de 2008
Deliciosamente bruto
Além das características que sempre nos impressionam nos filmes de Almodóvar: cores berrantes, personagens passionais, homossexualismo, melodrama, tramas com grandes viradas e trilhas sonoras de canções marcantes; em A lei do desejo, o diretor espanhol apimenta a trama com o tabu do incesto e a incógnita do desejo de homens heterossexuais por travestis.
Em seu sexto filme, o diretor de Volver, explora o limite entre o amor e obsessão, preconceito e desejo, sexualidade e família. A lei do desejo narra a história de Pablo (Eusébio Poncela), um diretor de teatro, apaixonado por um rapaz que não o ama. Numa das muitas festas que freqüenta, Pablo conhece um rapaz apaixonado por ele e disposto a ter o seu amor sob todas a formas. Em meio a isto, temos a Tina (Carmen Maura), irmã transexual de Pablo que mudou de sexo para manter um relacionamento incestuoso com pai, e que protagoniza as peças de Pablo. Nessa trágica comédia dramática, uma pitoresca história de amor faz inúmeras referências ao complexo comportamento masculino, fomentando, de forma chocante, uma série de reflexões sobre paixão e sexualidade.
De astro do futebol a personagem de Almodóvar
O desejo por travestis rendeu destaque na mídia nos últimos dias devido ao escândalo do qual o jogador de futebol mais famoso do mundo, Ronaldo Nazário, fez parte. Ele foi com um grupo de três travestis do Rio de Janeiro ao hotel Papillon e, durante a madrugada, desentendeu-se com um deles, Andréia Albertini. Acabaram todos na delegacia, de onde a história ganhou o mundo. E a moral do jogador, o lixo. A partir daí, a pergunta que não quer calar é: por que homens adultos e heterossexuais arriscam a segurança e a reputação para sentir prazer nos braços (só braços ?) de travestis?
Reportagem publicada pela Revista Época no dia 10/05/2008 tenta esclarecer esse desejo que aos olhos da maioria das pessoas é inexplicável e pra lá de esquisito.
“Mendes tem 37 anos, cabeça raspada e brinco na orelha direita. Pelos modos e pela aparência, o rapaz branco de família evangélica não se distingue de outros milhões de jovens paulistanos, exceto por uma particularidade importante: ele namora um travesti, Flávia. Os dois se conheceram há cinco anos no centro de São Paulo e, de lá para cá, constituem um casal. Na semana passada, sentado ao lado de Flávia na sala de um apartamento na Rua General Osório, Mendes explicava, em voz pausada, as bases da relação. “Nosso relacionamento é hétero”, afirma. Isso quer dizer que, no sexo, ele é a parte viril do casal, enquanto Flávia cumpre o papel de mulher. “Mas entre nós não existe só sexo. A gente tem amor e cuida um do outro.” Com cabelos negros e corpo esguio, Flávia ganha a vida se prostituindo nas ruas. Ele trabalha nas ruas como vendedor” (trecho da matéria de Época).
Leia a reportágem na íntegra.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG83628-6014-521-1,00-POR+QUE+HOMENS+PROCURAM+TRAVESTIS.html
Veja um vídeo no qual o psiquiatra Ronaldo Pamplona, autor do livro Os onze sexos, fala sobre as diferenças entre homossexuais e travestis e analisa o que leva homens casados a buscar sexo com travestis
domingo, 4 de maio de 2008
Minuciosamente Belo

Em viagem ao Japão, os dois americanos encontram-se e constroem uma amizade e cumplicidade que beira o amor, uma conexão de almas que dispensa palavras. Tóquio é a cidade-palco do encontro e sua beleza torna-se inegável. A câmera participa das cenas de forma ativa, regulando o olhar do público e direcionando-o às belíssimas paisagens. Mostra-se uma cidade misteriosa, com seus costumes e luzes.
Sofia obtém sucesso ao conseguir mostrar as discrepâncias culturais e lingüísticas de forma simples e com um toque de humor sarcástico e perspicaz. Outro sucesso da diretora é a trilha sonora. Além de ser belíssima, há uma sincronia perfeita entre as músicas e o silêncio arrebatador. Aliás, o silêncio possui papel muito importante na obra. É ele o grande responsável pelo grau de sensibilidade presente nas minúcias –como quando Bob acaricia os pés de Charlotte, em uma cena feita em plano alto. Há, ali, um grau de intimidade maior do que se houvesse uma relação sexual entre os protagonistas.
Sucesso de crítica, vencedor do Oscar de melhor roteiro original e de três Globos de Ouro (melhor ator, melhor roteiro e melhor filme) Encontros e Desencontros vale a sua ida à locadora.
sábado, 3 de maio de 2008
O desinteresse como ele é
Oitocentos mil cidadãos da minoria étnica tutsi foram massacrados por extremistas hutus em apenas 100 dias em Ruanda, na África, numa guerra civil em 1994.Esse conflito não era ignorado pelas nações ocidentais, até porque a televisão transmitia o início dos acontecimentos,mas elas adotaram uma posição indiferente e preferiram não intervir, subestimando a gravidade do conflito.
HOTEL RUANDA não é um documentário mas retrata de forma satisfatória o massacre. Relata a história de Paul Ruseasabagina (Don Cheadle), um hutu que gerencia um hotel em Kigali, capital do país. Quando a guerra estoura, o hotel recebe proteção da ONU, porque está cheio de estrangeiros. E Paul, casado com uma tutsi, aproveita para hospedar e salvar da morte 1268 pessoas da mesma etnia de sua esposa. O filme sugere que a origem do genocídio está na ocupação belga de 1918 a 1962, quando os tutsis foram privilegiados em relação aos hutus.
De 1918 a 1961, Ruanda-Burundi é um protetorado das Nações Unidas, governado pela Bélgica. A minoria tutsi é favorecida com privilégios em detrimento da maioria hutus. Entre 1962 e 1990, Ruanda e Burundi tornam-se nações independentes. Os hutus assumem o poder e criam novas leis, como as que restringem 9% dos empregos aos tutsis. Metade deles deixa o país.Os conflitos intensificam-se. Em 1993, o presidente hutu Habyarimana assina um acordo de paz e 2500 soldados da ONU vão para Ruanda. Em 1994, o presidente é morto num acidente aéreo_ uma parte do plano hutu de extermínio de lideranças tutsis e também moderados hutus. Nesse ínterim, milhares de pessoas estão sendo mortas, mas os soldados da ONU recebem ordens para não intervir. Países estrangeiros mandam tropas de resgate de seus cidadãos que vivem ou passeiam em Ruanda. O Conselho de Segurança da ONU vota pela retirada da maioria de suas tropas em Ruanda. Milhares de pessoas fogem do país para Tanzânia, Burundi e Zaire. O presidente Bill Clinton assina tratado que limita o envolvimento militar dos Estados Unidos em operações internacionais de paz. A ONU, admitindo que pode ter havido genocídio, manda mais 5500 soldados para Ruanda, porém com muitos dias de atraso. Em julho de 1994, os tutsis reassumem Kigali e o genocídio acaba. Em cerca de 100 dias, 800 mil pessoas mortas.
Hoje as principais lideranças mundiais admitem publicamente que a Organização das Nações Unidas demorou a notar a gravidade do problema e intervir. A omissão da sociedade internacional protagoniza o filme de Terry George. Essa omissão pode ser explicada pela inexistência de petróleo ou de ouro em Ruanda, fazendo com que esse lugar não seja atraente. E não havendo interesse em riquezas não há interesse em vidas humanas perdidas. Caso contrário, certamente a intervenção seria imediata.
Veja o trailer
A graça é sentir o cinema
A história do cinema parafraseia a história mundial do século XX em diante, na qual a ascensão dos Estados Unidos como potência econômica, cultural e ideológica; o terror da Segunda Guerra Mundial; o triunfo do capitalismo e a derrocada do comunismo e a afirmação de identidades até então colonizadas no resto do mundo estão brilhante ou grosseiramente, retratadas ou exaltadas, explícita ou implicitamente incutidas em milhares de filmes sob os mais diversos ângulos. A ideologia é construída e construtora.
Épico, musical, anime, comédia romântica, terror, cult, western, nouvelle vague, pop. Todos estes estilos e tendências compõem e são compostos pelo imaginário do expectador. Formadores e resultantes de uma apropriação simbólica que agrega à eficiência econômica um universo de delírios e esperanças da qual a literatura e o teatro se beneficiam mutuamente. Beneficio, este, criador de clássicos do cinema que fazem com que o vestido branco de uma loira estonteante, a dança apaixonada na chuva, as favelas violentas do Rio de Janeiro e o olhar sarcástico de Clarck Gable sejam suficientes para trazer a tona um mar de sensações inexplicáveis.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
O cinema na contemporaneidade
O cinema pode, e deve, ser visto como forma de expressão contemporânea que manifesta além das relações pessoais, os modos pelos quais essas relações se processam.
Em uma realidade onde os acontecimentos são flutuantes e líquidos, como acredita Bauman, o real passa a ser, além de construído e reproduzido, também visado. Atingido em cheio por essas transformações, o cinema, sobretudo o modelo hollywoodiano, francamente disseminado, se configurou em um cinema que se convencionou a chamar de moderno. É a modernidade caracterizadora das relações inter-pessoais produzindo reflexos estruturais na sétima arte.
O gosto do expectador passa a comandar. Uma pluralidade de sensações, interpretações e estímulos são possibilitados pela evolução tecnológica. A Industria Cultural de Adorno perde, em boa parte, sentido. O que era massificado vira segmentado. E mesmo é permitido extrair diferentes visões do que é produto de massa. Os consumidores podem escolher diante de um menu que passou a ter muitas opções.
O cinema deixa de ser uma simples e única válvula de escape à base de pipoca para, também, ser engajamento político e social, representação e contestação de classe, promoção e legitimação cultural de maiorias e minorias, troca simbólica de experiências, vivências, e conhecimentos distintos e variados. Uma relação completamente nova surge entre expectador e imagem cinematográfica. A apropriação aleatória dá lugar à exploração dialógica.
O “bônus de prazer” que o cinema representa também se alterou. E, com isso, ter prazer não significa apenas dar vazão às angústias, mas, sim, experimentar essas novas e potencializadas sensações proporcionadas por um bom e instigante filme.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Piloto







Mais do que isso, a partir de hoje, ele se torna a alma desse lugar.